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Origem comum africana da humanidade


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Todos procedemos de África. Colonização do mundo do Homo sapiens. Eva Negra

Segunda parte do artículo «África: o berço da humanidade».

  1. A terceira revolução africana (e a fundamental): o Homo sapiens
  2. A origem da humanidade (A Eva Negra)
  3. A colonização do mundo do Homo sapiens (Out of África)
  4. Conclusões

A terceira revolução africana (e a fundamental): Homo sapiens.

Hoje se aceita que a Humanidade, todos e a cada um de nós, temos uma origem comum africana.

Sabe-se, além disso, que devido à nossa homogeneidade, procedemos de um grupo reduzido de indivíduos de África, situando a nossa origem faz entre 300.000 e 100.000 anos.

Desde esta origem africana, Homo sapiens colonizou todo o mundo.

Na Ásia, substituiu ao Homo Erectus e na Europa  aos Neandertais. A primeira globalização da história da humanidade produzia-se; desde então Homo sapiens não parou de mover-se.

Esta hipótese da uma origem comum africana recebeu o nome de «Out of África». Há que assinalar que existe também a hipótese da uma origem multi-regional. Mas parece ser que cada vez mais é indubitável a realidade da nossa origem africana.

Em 1987 públicou-se um trabalho sobre a variação do ADN mitocondrial nos humanos (Cann, Stoneking e Willson). Segundo as suas investigações existem dois grupos em relação à similitude do DNA mitocondrial, um exclusivamente de origem africana e outro de origem misto. Assim estimaram que:

A origem da humanidade situar-se-ia ao redor de há 200.000 anos e que, além disso, todos procederam da uma mesma mulher, a «Eva Negra».

Em 1986, Wainscoat apresentou os seus estudos de ADN nuclear. As suas conclusões foram que:

Toda a humanidade atual prove de seiscentos Homo sapiens que viveram em África há 100.000 anos.

Estudos posteriores de cromossomas, também descobriram que teve uma segunda emigração desde África há 50.000 anos e acabou colonizando a Ásia e a Austrália.

Estima-se que Sapiens chegou ao continente americano  faz uns 17.000 anos cruzando o estreito de Bering.

Descobriu-se também que nesta migração global, foi à mulher quem mais se moveu, sendo o homem mais sedentário, o que indicaria uma possível sociedade patrilocal (*).

(*) Em Antropologia, em uma sociedade patrilocal, o homem ao casar-se permanece no lar paterno junto da sua esposa.

Resumo geral dos últimos 6 m.a.

  1. Em África, faz uns 5 m.a., divide-se a linha evolutiva entre Hominídeos e Chimpanzés
  2. Faz uns 4 m.a.: na Quénia, o hominídeo Australopiteco anamensis começa o bipedismo
  3. Faz uns 3 m.a.: Lucy viveu em África (Australopiteco afarensis)
  4. 2,5 m.a.: Existência de vários hominídeos africanos. Primeiras ferramentas líticas
  5. Dois m.a.: De novo em África aparecem os primeiros HOMO com um cérebro a cada vez maior
  6. 1,5 m.a.: primeiros machados. Colonização da Ásia e a Europa. Homo neanderthalensis na Europa e Homo erectus na Ásia
  7. Faz uns 100.000 anos: outra vez em África surgem os primeiros Homo sapiens, coexistindo durante um tempo com Homo Erectus e o Neandertal
  8. Faz uns 50.000 anos: Primeiras pinturas rupestres e enterros. Sapiens inicia a colonização do mundo desde África
  9. Faz uns 25.000 anos: todas as espécies do Homo, exceto Homo Sapiens, desapareceram. Homo sapiens está presente em todo o mundo

Conclusões.

Como pudemos observar, a África tem a liderança nos últimos 6 milhões de anos.

Todas estas mudanças tiveram local em um continente hoje marginado. Todos nós, a cada um dos 7.000 milhões de habitantes que habitamos os cinco continentes, temos uma origem comum desde que faz uns 100.000 anos um reduzido grupo de Homo sapiens africanos iniciou a colonização do mundo.

Nas terras africanas emergirá uma das maiores civilizações de todos os tempos, a egípcia. Hoje sabemos graças aos estudos de Cheick Anta Diop, da fortíssima relação entre a África e a civilização egípcia. Cheick Anta Diop também analisou, entre outros temas, as contribuições da África à humanidade.

Também podemos pensar que o primeiro pensamento monoteísta da história surgisse no Egito com a figura de Akhenaton (1300 AEC).

«A África tem uma história. A África é o berço da humanidade e em onde a história nasceu. É por isso que cada africano, cada africano deve ser aqui e agora, um valor acrescentado. Cada geração te que construir pirâmides» Joseph Ki-Zerbo.

Algo que a historiografia ocidental tem obviado durante séculos.

Nos últimos séculos, a Civilização Africana interagiu com a Civilização Islâmica e à Ocidental. Duas religiões externas, primeiro o Cristianismo penetrando pelo norte de África e posteriormente o Islão, arraigaram em África. Quiçá esse seja um das maiores ameaças às que enfrenta-se África: um possível choque de civilizações, sobretudo no Sahel.

A África verá quiçá a maior tragédia da humanidade, o comércio de escravos durante 400 anos; a UNESCO estima que entre «25 e 30 milhões de africanos foram deportados, sem contar o número de mortos nos navios, as guerras e as razzias». Um comércio de escravos que será uma das bases do domínio da Civilização Ocidental.

A África sofrerá a diáspora africana, o colonialismo, a independência, a destruição de muitos valores tradicionais, os efeitos da guerra fria, sangrentas guerras civis, novas pandemias como a SIDA, as condições draconianas do serviço da dívida, a marginalização na globalização (hoje em dia África só representa 3% do comércio mundial...).

Mas o futuro de África é otimista.

Recentemente a UNICEF afirmava que «O futuro da humanidade é cada vez mais africano». Hoje em dia, a população de África é de 1.100 milhões de habitantes (de um total de 7.000 milhões), mas estima-se que em 2030 sejam 1.600 milhões e que em 2.100 sejam 4.000 milhões de africanos, o que representará que dentro de 35 anos, 25% da humanidade será africana e que existirão uns 1.000 milhões de nigerianos.

População Africana em 2100: 4.000 milhões. 2030: 33% dos nascimentos mundiais. O futuro da humanidade é africano

Em África está a emergir uma nova classe média estimada hoje em uns 350 milhões de africanos (34% da população ativa). Em África vimos à chamada «Revolução africana do telemóvel», estima-se que há 650 milhões de usuários de telefones móveis. Mas em 2040, a classe média africana podem ser 1.100 milhões de habitantes (42% da população ativa). Estima-se também que em 2040 a metade dos africanos viverá em uma cidade.

Para 2050, prevê-se que a população africana seja de ao menos 2.400 milhões de habitantes e continuará crescendo até 4.200 milhões, quatro vezes o seu tamanho atual nos próximos cem anos.

Além do chamado «dividendo demográfico de África» (considera-se que África é já o maior mercado de trabalho do mundo graças a que a população jovem representa 60%), dos enormes recursos naturais, da emergência de várias economias africanas (a metade dos chamados mercados fronteiriços mundiais são africanos, sendo a Nigéria o primeiro mercado fronteiriço mundial e a primeira economia africana, tendo deslocado a África do Sul) e da imparável tendência para a total integração africana (a chamada Área de livre-comércio Continental Africana formada por cinquenta e quatro países, 1.000 milhões de habitantes e um PIB combinado de 1,2 triliões de dólares), liderada pela União Africana, tudo parece indicar que África retoma a função que lhe corresponde na história da humanidade, tomando uma liderança geoestratégica, económica e humana na economia globalizada.

Autor: Pedro Nonell (Presidente da Escola Negócios EENI Business School)
D. Pedro Nonell Torres - Presidente da EENI Global Business School.

Estudante Mestrado / Doutoramento em Negócios Internacionais

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