Escola de Negócios EENI Business School

África na história da humanidade


Compartilhar por Twitter

A liderança de África na história da humanidade: berço e futur

  1. África: o berço da humanidade
  2. Desde o Procônsul até o Homo sapiens
    1. A primeira revolução africana: o primeiro hominídeo (Procônsul)
    2. A segunda revolução africana: o género Homo
    3. A terceira revolução africana (e a fundamental): o Homo sapiens (II parte do artículo)
  3. A colonização do mundo do Homo sapiens
  4. Conclusões

A África: o berço... E o futuro da humanidade.

NOTA: esta unidade baseia-se no artigo «a liderança de África na história da humanidade» escrito por Pedro Nonell. Faça o download do artigo em PDF «África - o berço da humanidade».

A África na história da humanidade.

Introdução. África: o berço da humanidade.

Desde faz 6 milhões de anos, em África deram-se os passos mais importantes, três autênticas revoluções da humanidade, até chegar ao que somos, o Homo sapiens. Só por isso, a África deveria ser a protagonista da história do género humano. A variação climática foi um fator finque. Neste artigo sintetiza-se a longa história dasnos sas origens e a sua relação com a África.

NOTA importante. A informação apresentada neste artigo, pode não ser azeite ou gerar mal-estar em alguns leitores, quiçá por alguns cristãos ou muçulmanos, pensando que não é compatível com a Bíblia ou com o Alcorão. Em nenhum caso, pretende-se ir contra os princípios destas ou das outras religiões, senão mostrar uma informação científica que nos permita compreender melhor a função fundamental de África na história da humanidade. Se algum leitor (a) considera que vai contra os seus princípios religiosos, pedimos desculpas por adiantado, e humildemente sugerimos que mantenha firmemente as suas posturas religiosas, e que leia esta informação a título meramente informativo e desde um ponto de vista científico.

Uma breve história da evolução.

O Homo sapiens, nós, a humanidade pertence ao grupo dos primatas, junto das outras 180 espécies. Isso não quer dizer que desçamos de nenhuma espécie atual do macaco, senão das outras espécies já desaparecidas. Estima-se que a separação da linha evolutiva dos chimpanzés teve lugar entre 4,5 e 7 m.a. (milhões de anos).

Os seres humanos, junto dos orangotangos, gorilas e chimpanzés, pertencem aos «Hominídeos (Hominidae)». Dentro desta família dos primatas incluem-se quatro géneros e sete espécies viventes. Os humanos junto os antropomorfos pertencemos ao grupo de hominídeos.

Todos os humanos, os Homo sapiens atuais, temos uma origem africana, ao igual que os chimpanzés e os gorilas.

Confiamos em áfrica. Ensino superior a preços acessíveis para os africanos. Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé

A primeira revolução africana: o primeiro hominídeo (Procônsul).

  1. Data: Entre faz 24 e 2 m.a. (milhões de anos)
  2. Em África

Segundo os dados disponíveis hoje em dia, o primeiro hominídeo surgiu na parte oriental de África, na região dos grandes Lagos, no Mioceno (entre faz 24 e 5 m.a.), o chamado Procônsul. Encontraram-se fósseis também nesta região de Morotopithecus, Afropithecus e Kenyaphitecus (entre faz 23 e 14 m.a.).

Se aceita-se que a terra tem uma idade de 4.540 milhões de anos, o período desde o aparecimento do Procônsul (24 milhões de anos) até o presente é ínfimo. Porém, este período é praticamente inconcebível em termos humanos.

Estima-se que faz uns 17 m.a., quando a Península Arábica e a África estavam unidas, estes hominídeos iniciaram a primeira colonização do mundo, se expandindo pela Eurásia, surgindo novos géneros e espécies. Quase todos eles desapareceram entre 8 e 7 m.a., principalmente por razões geoclimáticas, aparecendo novas espécies. Encontraram-se fósseis do Ardiphitecus ramidus com uma antiguidade de 4,4 m.a.; seguramente já andava erguido, era bípede. Desta época também é o Australopiteco anamensis (a tradução de Australopitecos, seria «O macaco do sul»), e deste já temos a certeza de que era bípede.

Aproximadamente 1 m.a. Depois apareceu o Australopiteco Afarensis, o antropólogo Donald Johanson descobriu-o em 1974 na Etiópia. Quiçá o mais famoso fóssil seja o da uma fêmea de mal um metro de altura e 30 Kg, à que batizou com o nome de Lucy (3,2 m.a.); os fósseis encontrados permitem pensar já em uma «primeira família».

Simulação corporal em base ao esqueleto de Lucy. Fonte: Museu Nacional de Ciências de Tóquio (Japão). À direita, Donald Johanson.
África berço humanidade Lucy

Encontraram-se também as chamadas «Pegadas de Laetoli», pelo que se deduze que caminhavam da uma forma similar à nossa. Estima-se que a sua inteligência seria a equivalente à da um chimpanzé atual.

Afarensis deslocou-se para o oeste em África. Em 1995, encontraram-se no Chade os fósseis da uma nova espécie: o Australopiteco Bahrelghazali (3 m.a.). Em 1924 na África do Sul, acharam-se os restos da uma nova espécie: o Australopiteco Africanus (3 e 2 m.a.).

Como pudemos ver, em África, em concreto na parte Oriental (a Etiópia, o Quénia, a Tanzânia) foi à principal região em onde teve lugar esta evolução. Esta origem este - africano, foi chamado «East Side Story» por Ives Coppens. Este importante passo ao bipedismo trará umas vantagens aos australopitecos: libertação das mãos, acesso à novos nichos ecológicos, estabilidade, modificação do centro de gravidade (poupança energética nas deslocações), maior resistência, melhor regulação da temperatura corporal (recebe menos radiação solar)...

Faz uns 2,5 m.a. Estes hominídeos diversificaram-se em duas linhas evolutivas: os Paranthropus (caracterizados por um forte aparelho mastigador, desapareceram ao redor de faz 1.m.a.) e os primeiros Homos.

Quadro resume (Fonte: Juan Carlos Alfaiate).

Evolução humanidade em África

A segunda revolução africana: o género Homo.

  1. Data: Faz uns 2 m.a
  2. Em África

Em 1758, Charles Linneo nomeou ao género humano, com o termo Homo. Hoje aceita-se que os restos mais antigos deste género são os encontrados por Donald Johanson em 1994 em Hadar (Etiópia), com uma antiguidade de uns 2,3 m.a. além do fóssil, encontraram-se vários utensílios de pedra (chamados Olduvaienses ou modo 1), uma condição indispensável desta segunda revolução.

Charles Linneo. Utensílio de pedra Olduvaiense.
África Olduvaiense

Talhar uma pedra para um determinado fim implica planejamento. Implica também dispor dos outros utensílios para ajudar na fabricação. Assim, puderam começar a cortar, e o acesso à carne foi cada vez mais singelo. Este incremento do consumo de proteínas favoreceu o crescimento do cérebro (consome 20% da energia do corpo). Hoje se sabe que a estrutura cerebral destes homos era similar à nossa.

O incremento do cérebro (estima-se que se duplicou) dificultou os nascimentos. As mulheres tinham que ser ajudadas. O recém-nascido nascia bem mais desprotegido, a cada vez dependia mais da sua mãe e do grupo para a sobrevivência. Este acréscimo cerebral, designadamente do Córtex, permitiu desenvolver melhor as relações sociais dentro dos grupos, nascia a «inteligência social» (Dumbar e Aiello). Seguramente, embora não todos os experientes compartilhem esta opinião, também surgem às primeiras formas da linguagem.

O dimorfismo sexual (diferença entre o tamanho do homem e da mulher) reduziu-se. A sua altura devia ser similar à nossa. Mais tarde, estes primeiros homos também colonizaram a Eurásia.

Hoje em dia, aceitam-se as três espécies do Homo propostas por Bernard Wood:

  1. Homo habilis (1,8 e 1,6 m.a.)
    Tinha um cérebro maior que os australopitecos e apresentava certa similitude com o Australopitecos Africanus. O principal jazigo é o de Olduvai (norte da Tanzânia), descoberto em 1960 por Luois Leackey
  2. Homo rudolfensis (1,9 e 1,6 m.a)
    Tinha um maior cérebro que Habilis e um aparelho mastigador mais desenvolvido. Os únicos jazigos estão no Lago Turkana (antes chamado Lago Rodolfo, e daí o nome). Descobriu-os Richard Leackey
  3. Homo ergaster («O trabalhador») (1,8 e 1,4 m.a.)
    O volume do cérebro de Ergaster cresce de forma importante, estima-se entre 800 e 900 cc (isto é, entre o dos chimpanzés e o nosso). Há experientes que consideram a Habilis o antecessor de Ergaster. Inclui também a Homo Erectus (Ásia)

Quadro resume da Evolução da humanidade em África (Fonte: Juan Carlos Alfaiate).
Evolução Homo África

Também há que assinalar que outros experientes não distinguem entre Habilis e Rudolfensis.

Como podemos observar estas três espécies do Homo, coexistiram no tempo e no espaço.

Homo Ergaster, tem o cérebro maior que Rudolfensis e Habilis, os molares reduziram-se, o nariz é mais proeminente. O fóssil mais importante o descobriu de novo Richard Leakey em 1984, próxima ao lago Turkana (Quénia), por isso se lhe chama o Chico de Turkana; estima-se que tem 1,5 m.a. É o esqueleto do hominídeo melhor encontrado, calculou-se que devia medir 1,60 metros, pelo que considera-se que mediria 1,80 quando fosse adulto. Também encontraram-se restos do Homo Ergaster na África Austral.

Homo Ergaster inventa uma nova forma de talhar as pedras; o Acheuliano ou Modo 2, uma indústria mais evoluída. Ergaster inventa os primeiros utensílios bicéfalos (duas caras): machados, bicos... Com eles pode realizar muitas coisas novas, quiçá inclusive curtir peles.

Homo ergaster (Fonte: arqueoeducablog) e o Modo Acheuliana
Homo ergaster África

Ao igual que no passado, as três espécies desapareceram.

Como pudemos comprovar estas duas primeiras revoluções, desde o Procônsul até Homo Ergaster, se realizaram integralmente em África.

Homo erectus - A colonização da Ásia.

Em 1891, o médico holandês Eugene Dubois descobriu na Ilha de Java (Indonésia) uns fósseis que hoje estima-se que têm entre 1,8 e 1,6 m.a. Isto é, da uma época similar à do Homo Ergaster. Os experientes deduziram, de que conquanto ambas espécies tenham rasgos comuns, também os têm diferenciado, e por isso criaram uma nova espécie: o Homo Erectus, quase seguro derivado do Homo Ergaster. Na China, sobretudo na gruta de Zhoukoudian (Beijem), também se encontraram restos que foram atribuídos a Homo Erectus. Homo Erectus tinha uma capacidade craniana entre 915 cc e 1225 cc, maior que Homo Ergaster.

Homo Erectus viveu na Ásia, até a época em que chegou Homo Sapiens, e também acabou desaparecendo.

Homo Antecessor - A Grande Dolina.

As descobertas de Juan Luís Arsuaga, Eudald Carbonell, Ignacio Martínez e José Mª Bermúdez de Castro na Grande Dolina (Espanha) realizados em 1997, permitiram falar da uma nova espécie: o homo antecessor, o que «antecede aos demais», que viveu na Europa faz uns 900.000 ou 800.000 anos. Esta espécie não é Homo Erectus, e seguramente seriam próximos a Homo Ergaster, mas sem o ser. Isto é, Homo Antecessor seria «uma posição intermédia evolutiva entre Homo Ergaster e Homo sapiens». Mas também se descobriu que estava relacionada com os Neandertais. Seguramente a sua origem seja asiática.

Homo Heidelbergensis.

Faz uns 400.000 anos, um grupo do Homo heidelbergensis partiu de África e chegou até Ásia e a Europa em onde evoluiriam a Neandertais. É a espécie que situa-se entre Homo Antecessor e os Neandertais. O resto de heidelbergensis que ficaram em África, evoluiriam a Homo sapiens.

Neandertais (Homo Neanderthalensis).

Sabe-se que os Neandertais existiram na Europa desde faz uns 230.000 anos. Foi uma espécie muito adaptada ao frio que então reinava na Europa. Os Neandertais desapareceram faz uns 30.000 anos com a chegada do Homo sapiens, embora durante algum tempo coexistiram.

Quadro resume evolução dá humanidade (Fonte: Stringer, 2003)
Evolução da humanidade

Na figura podemos observar a distribuição temporária e geográfica das populações hominídeas; é uma possível árvore genealógica do género Homo. Do Homo Ergaster em África, saem dois ramos: a asiática com Homo Erectus, e a Africana (e também Europeia) Homo Antecessor e Heidelbergensis; desta derivaria o Neanderthal. De Heidelbergensis surgiria finalmente Homo Sapiens em África colonizando o resto do mundo.

Todas as espécies desapareceram exceto Sapiens.

Pedro Nonell (Presidente da Escola Negócios EENI Business School)
Autor: D. Pedro Nonell - Presidente da EENI Global Business School.

Estudante mestrado em comércio exterior e negócios internacionais



(c) EENI Global Business School (1995-2023)
Não usamos cookies
Topo da página

EENI: O Conhecimento leva à unidade, assim como a ignorância à diversidade